quarta-feira, 8 de maio de 2024

O sionismo explicado pelos sionistas: Como pensa e envelhece a “raça pura”!

Por: José Manuel Goulão é um jornalista português

Talvez não haja uma definição única do conceito de limpeza étnica. Isto, porém, deve ser das mais inspiradas e sinceras:

“Os goyim (não-judeus) nasceram para nos servir, apenas para servir o povo de Israel; sem isso não deveria haver lugar no mundo”.

 ( Ovadia Yussef, fundadora e chefe do partido governamental israelense Shass)


Os árabes e muçulmanos… Sempre os árabes e muçulmanos preocupados por tudo de mau que acontece aos judeus, a começar por quererem manter-se numa terra que não lhes pertence uma vez que, voltando a citar o ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennet em 2022, “ainda vocês trepavam às árvores já nós temos um Estado”. Esta é uma das essências do sionismo e do seu racismo fundamentalista. Não é que existam formas benignas de racismo mas, tal como o regime de apartheid – cujo ideólogo, Cecil Rhodes, foi tão enaltecido pelo fundador do sionismo –, a teoria e prática em que assentam o Estado de Israel são um caso extremo e psicopata de racismo cultivado num ambiente doentio em que se cruzam aberrações teológicas, a crueldade mística e sádica emanando do Antigo Testamento, os mitos do “povo escolhido” e da “terra prometida” encarados como preceitos divinos a conformidades acima de quaisquer leis terrenas e das decisões tomadas pelos humanos não-judeus, que afinal existem “apenas para nos servir”.

À resultante desta mistela de elucubrações tonificadas por uma ficção delirante na qual o ser humano que não seja “judeu” é a menor das preocupações de deus do sionismo, chama o Ocidente coletivo “a única democracia do Médio Oriente”.

A função de Israel como um “polo da civilização no meio da barbárie”, ou seja o argumento que está na base do papel colonial e geoestratégico imperial de que o regime de Telavive continua a desempenhar, com a crueldade inerente, vem dos primórdios do sionismo; Isto é, a componente mística e a nova cruzada na Palestina também tiveram no bojo os interesses económicos, financeiros e o controlo de rotas comerciais e questões-primas dos poderes mundiais dominantes, na altura do Império Britânico. Não é por acaso que este herdou o mandato internacional da Palestina, preparando o terreno para que o papel de colonizador transitasse para o sionismo.

Theodor Herzl especificou, no seu trabalho fundador, que um Estado judaico construído pelo sionismo será “um muro de defesa da Europa na Ásia, um posto avançado da civilização contra a barbárie (…) porque a Europa deverá garantir a nossa segurança”. Herzl tinha, por certo, veia de “profeta”, embora sem o mérito dos de antanho porque o desenvolvimento era previsível perante um quadro de relação de forças tão definido como o da época, tal como o atual – embora este seja bem mais periclitante. Aliás, Joseph Biden parece ter herdado uma costela de Herzl: nos anos oitenta, quando ainda não era guiado pelos auriculares e pelo teleponto, dizia que “o Estado de Israel se não existisse teria de ser inventado”. Não é por acaso que o atual presidente dos Estados Unidos se define como “um cristão sionista”. O sionismo garante os interesses em terrenos dominantes; uma religião, que afinal pode não ser apenas judaica, garante a mistificação da História e das realidades próprias do colonialismo, quando não do fascismo, independentemente das épocas. Um singelo exemplo doméstico: Dª Lucinda Ribeiro Alves, uma fundadora do Chega, diz-se uma “evangélica cristã sionista”, além de seguidora de Bolsonaro.

O sionismo é uma doutrina doentia, aberrante, oportunista e violenta que não pode, nem deve, ser confundida com o judaísmo e a cultura hebraica, muito menos com os povos semitas. O sionismo, seguindo a teoria e a prática dos seus mentores, é uma ideologia antissemita. David Ben Gurion, considerado o fundador do Estado de Israel, que se considerava laico e trabalhista, não deixou dúvidas quanto a isso ao afirmar que “as considerações sionistas prevalecem sobre os sentimentos judaicos e quando o digo não faço mais do que ter em conta os preços sionistas”

Os conceitos de “raça pura” e “povo escolhido” elevam, porém, o Estado de Israel para um patamar transcendente; são conceitos assustadores a todos os níveis e sob quaisquer perspectivas porque sustentam uma entidade desenvolvida dotada de imunidade, impunidade e de uma missão escatológica associada ao fim do mundo, o Armagedão, a luta final entre o bem e o mal biblicamente programada para o lugar de Meggido , por sinal no interior do território israelense. Não se acredita que estamos apenas diante de delírios místicos. Ariel Sharon, criminoso de guerra com o sangue dos mártires de Sabra e Chatila nas mãos e ex-primeiro ministro de Israel, garantiu numa entrevista ao jornal britânico “Guardian” que, em caso de confronto limitado no planeta, “temos capacidade para destruir o mundo e garanto que isso aconteça antes de Israel se afundar”.

Sharon nunca foi conhecida por ter muita garganta e ser um fanfarrão.

“Um projeto nacionalista, mais nada”

Sionismo e racismo são indissociáveis. Assentam na ficção mística e têm como objectivo a expansão do poder judaico de origem europeia, dotado de um estatuto civilizacional e humanista de que o Ocidente colectivo se declarou proprietário, através de vastas zonas de influência económica, estratégica e, sobretudo, militar do Médio Oriente.

Pode dizer-se que o Estado de Israel é um pequeno território. Pode até reclamar-se um desabafo da primeira-ministra sionista Golda Meir: “A única coisa que tenho contra Moisés é ele ter andado 40 anos no deserto para nos dirigir ao único lugar no Médio Oriente que não tem petróleo. Se Moisés tivesse virado à direita em vez de ter virado à esquerda teríamos petróleo e os árabes areia”.

O errado palpite geográfico de Moisés, no entanto, é uma coisa que se corrige. Segundo a mesma Golda Meir, “a fronteira de Israel é onde os judeus vivem, não onde existe uma linha no mapa”.

Considerações afins já tinham sido feridas por Ben Gurion vinte trinta anos antes de enunciar o dogma de que “a pedra de toque do sionismo é uma verdadeira colonização conduzida por judeus em todas as regiões da Terra de Israel”, um conceito que então ainda deixou em aberto. Posteriormente o primeiro primeiro-ministro de Israel avançou na concepção dessa ideia, embora sem desvendar ainda totalmente o jogo, ao declarar que “o Estado será apenas uma etapa na realização do sionismo e a sua tarefa é preparar uma expansão; o Estado deverá preservar a ordem, não apenas pregando a moralidade, mas também com capturas, se necessário”.

Dito e feito. No “protocolo de governo” quando se tornou primeiro-ministro, em 1948, Ben Gurion localizou que “devemos partir para a intervenção com o objectivo de esmagar o Líbano, a Transjordânia (actualmente Jordânia) e a Síria”. Citado por “Times of Israel”, o líder líder sionista e judeu desvendou a sua estratégia militar: “quando bombardearmos Amã eliminaremos também a Cisjordânia e então a Síria cairá; sem qualquer esforço militar especial que coloque em perigo as outras frentes, apenas usando as tropas já designadas para essa tarefa, poderemos limpar a Galileia”, no norte do território atual de Israel até à fronteira com o Líbano, o que implicou a expulsão de pelo menos 100 mil palestinos. Ben Gurion “limpou” a Galileia, é certo, mas outras disposições do programa continuam por cumprir – percebendo-se, no entanto, que não foram retiradas do pacote de ambições sionistas.

Num conselho ao então jovem oficial Ariel Sharon, dado no seguimento do massacre na aldeia de Qibya em 1953 – chacina de 70 pessoas, dois terços das quais eram mulheres e crianças, não faltaram mestres aos genocidas de agora em Gaza – Ben Gurion disse que “ a única coisa que interessa é podermos existir aqui na terra dos nossos antepassados; e que mostremos aos árabes que há um preço alto a pagar pelo assassinato de judeus”. “Existir” nesta terra, de acordo com o pensamento do primeiro chefe de um governo israelense, significa “que devemos aceitar as fronteiras de hoje, mas os limites das aspirações sionistas são uma questão do povo judaico e nenhum fator externo será capaz de limitá- eis”. Palavras que são todo um programa político-militar genocida inequívoco, ignorando deliberadamente o direito internacional.

O rabino Yeuda Leib Maimon, da Agência Judaica, foi mais explícito do ponto de vista geográfico ao depor perante as comissões de inquérito da ONU relacionadas com o processo de criação de Israel, no fim dos anos quarenta do século passado; trahu então o mapa genérico do Grande Israel como objectivo nacionalista do projecto sionista: “A terra prometida estende-se do Nilo ao Eufrates – integra parte da Síria e do Líbano”, e também do Egipto e do Iraque, se olharmos o mapa mais atentamente .

Através de declarações como estas cai por terra o argumento tantas vezes invocado e segundo o qual a necessidade de um “lar judaico” e a emigração judaica para a Palestina surgiu como consequência da violência contra os judeus na Europa, designadamente os pogroms em massa e a carnificina realizada pelo nazismo hitleriano. Chaim Weizman, o primeiro presidente do Estado de Israel, foi um modelo de pragmatismo ao confirmar essa falsidade perante a Organização Sionista Mundial: “O sionismo não é resposta a uma opressão, mas um projeto nacionalista, mais nada”.

Houve confirmações deste julgamento um pouco mais dramático porque revelaram até que ponto o projeto nacionalista deu prioridade aos interesses do sionismo, a colonização da Palestina pela elite asquenaze da Europa, e secundarizou o respeito pelas massas judaicas, olhares como peões dentro de uma estratégia para alcançar o objectivo expansionista pretendido.

Ben Gurion foi claro ao assumir que “se tivesse sido possível salvar todas as crianças judaicas na Alemanha e transferi-las para Inglaterra ou salvar metade e transferi-las para Israel escolheria esta última hipótese”. A “preferência” enunciada, embora apenas conjectural, diz-nos que o sionismo estaria disponível para sacrificar a vida de alguns milhões de crianças judaicas ao objectivo colonial

Para que não fiquem dúvidas em relação ao significado destas palavras, Ben Gurion insistiu posteriormente: “A catástrofe dos judeus europeus não é diretamente um assunto meu; a destruição dos judeus europeus é uma sentença de morte do sionismo”; ou seja, menos judeus asquenaze poderiam instalar-se na Palestina, o que subverteria o caráter elitista e segregacionista do projeto nacionalista.

Não encontramos nada de inovador nas práticas atuais de Israel em relação ao passado do sionismo, mesmo quando recuamos até os primórdios da doutrina. Nas palavras e nos atos dos teóricos, teólogos, ideólogos, dirigentes e operacionais que durante décadas desenvolveram e apuraram aquilo a que pode chamar-se “a essência do Estado de Israel” deparamos permanentemente, sem quaisquer preocupações autocríticas e respeito por opiniões alheias, com as práticas de genocídio, racismo, limpeza étnica e desprezo pela vida humana como pilares de um expansionismo colonial ao serviço de poderes imperiais entendidos como expressão natural e necessidade da cultura e civilização superiores do Ocidente.

O “povo de Deus” é puro e intocável

“Quando uma raça tem um caráter tão marcante, não deve fundir-se nas outras”, aconselhava, em 1900, o fundador da Organização Sionista Mundial, Max Nordau.

Essa raça deve ser “pura”, logo incompatível com misturas. Quase 120 anos depois de Nordau, em 2019, o ex-chefe do Partido Trabalhista e ministro da Economia e Indústria de Israel, Isaac Peretz, ficou alarmado durante uma visita aos Estados Unidos. De regresso a Israel declarou que “a assimilação de judeus no mundo, sobretudo nos Estados Unidos, é um segundo holocausto; com os casamentos mistos, o povo judeu perdeu seis milhões de pessoas durante os últimos 70 anos”.

À luz do sionismo deve entender-se o terror de Peretz perante tal hecatombe. Abraham Kook, que foi o grande rabino asquenaze da Palestina entre 1919 e 1935, explicou que “a diferença entre uma alma de Israel (…) e a alma de todos os não-judeus é maior e mais profunda do que a entre a alma de um homem e um animal”. Ou seja, existem “as almas de Israel” e, a grande distância, praticamente no mesmo patamar mas bem lá no fundo, estão os homens e os animais. Em 1948 foi entregue a Avraham Kook o monopólio dos assuntos civis no recém-nascido Estado “laico” de Israel.

O rabino Ovadia Yussef, que chefiou até à morte, em 2014, o partido governamental sefardita Shass, enriqueceu com numerosas expressões o carácter racista do regime. Uma das mais referências ensina-nos que “Os goyim (termo que designa gentios ou não-judeus) nasceram para nos servir, apenas para servir o povo de Israel; sem isso não deveria haver lugar no mundo”.

Este conceito foi muito recentemente inserido na Constituição Israelita. Como recordou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, “Israel não é um Estado de todos os cidadãos, é um Estado-nação do povo judeu e unicamente do povo judeu”.

A inclusão deste preceito na lei fundamental do Estado sionista é consequência natural do pensamento de Vladimir Jabotinsky, considerado fundador do movimento “revisionista” do sionismo em 1925, corrente que deu origem ao espectro de direita e extrema-direita absolutamente dominante em Israel desde meados dos anos anos noventa do século passado. Jabotinsky, que o próprio Ben Gurion definiu como “fascista”, foi um ucraniano muito bem relacionado ideologicamente e operacionalmente com Mussolini, além de ter sido um inspirador do nacionalismo e do nazismo na Ucrânia tanto entre 1918 e 1920, através da figura de Simon Petliura , um antissemita responsável pela morte de centenas de judeus em pogroms por ele organizados, como comodidade, durante os anos trinta, a ascensão de Stepan Bandera e outros colaboracionistas nazistas que são hoje como figuras de referência do regime filonazi de Kiev.

O secretário pessoal de Jabotinsky foi Benzion Netanyahu, pai do atual primeiro-ministro de Israel. Inspirando o conceito recentemente introduzido na Constituição israelense, aquele que é considerado “o segundo sionista mais importante depois de Herzl”, Vladimir Jabotinsky, definindo que “nação absoluta é um espectro social original, um território contínuo e claramente delimitado desde tempos imemoriais com uma língua original, uma religião autóctone e sem qualquer minoria estrangeira”, formulação que recomenda inequivocamente a realização de limpezas étnicas para purificar o Estado.

Vladimir Jabotinsky defendeu a tese de que “o Estado deve ser constituído pela força e de uma só vez” e, para isso, “não há alternativa: os árabes devem dar lugar aos judeus no Grande Israel”.

Jabotinsky, “pai” da direita israelense no poder e defensor confesso da limpeza étnica, como acabámos de ver, conviveu ideologicamente com o nazifascista alemão Leo Strauss que, uma vez nos Estados Unidos se transformou na referência ideológica dos neoconservadores que atualmente controlam o aparelho político do complexo militar-industrial-tecnológico. O secretário de Estado Anthony Blinken, o conselheiro de Segurança Nacional de Biden, Jake Sullivan, e a secretária adjunta demissionária de Estado, Victoria Nuland, todos eles ferozmente sionistas e envolvidos no golpe de Maidan em Kiev, rastilho da guerra na Ucrânia, são discípulos condenados do fascista Leo Strauss.

Há os sionistas e os animais

Se uma doutrina sionista se caracteriza pela definição de um judaísmo estratificado em camadas, por exemplo desde a “raça pura” asquenaze até às falachas de origem etíope, “a excluir”, podemos deduzir, sem o risco de sermos imprecisos, que os povos árabes , igualmente semitas, são mais do que “impuros” ou inoportunos ocupantes da “Terra de Israel”: o sionismo considera-os como animais a abater – os acontecimentos actuais e as práticas terroristas permanentes ao longo de três quartos de século demonstram-no sem equívocos desde que haja olhos para ver, autorizados, espírito humanista e respeito pelos direitos humanos, de todos os seres humanos.

Ezra Yachin, um veterano terrorista com mais de noventa anos que foi membro do grupo exterminador Lehi, autor de massacres em várias aldeias palestinianas, o mais conhecido dos quais é o de Deir Yassin, em 1948, foi escolhido para exortar os militares encarregados da chacina em curso em Gaza. E disse: “Esses animais não podem continuar a viver; todos os judeus devem empunhar uma arma e matá-los”.

Todos os entes que não são sionistas ou são animais ou andam lá próximos são um dogma da doutrina expansionista e genocida fundado por Herzl. Como vimos, os goyim, os não-judeus, têm uma “alma” mais próxima dos animais do que de uma “alma de Israel”. Existem “para servir os judeus”, especificam figuras proeminentes do regime israelense.

O professor Arnon Soffer, fundador da Universidade Hebraica de Haifa, destacado figura da elite acadêmica sionista e que foi conselheiro de Ariel Sharon na estratégia de confinar os mais de dois milhões de cidadãos de Gaza num campo de concentração a céu aberto, admitiu que as pessoas cercadas nesse território “tornar-se-ão animais mais do que já são hoje”.

O primeiro-ministro Netanyahu chamou-lhes “bestas humanas”, enquanto o seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, garantiu que em Gaza “estamos a lutar contra animais humanos e acautelados em conformidade”.

Estas concepções sobre a singularidade de um “povo escolhido” reinando sobre as “almas” restantes do mundo que não foram agraciadas pelo sopro divino percorrem a história do sionismo desde os primórdios e são assumidas por todas as camadas da elite asquenaze – e algumas ortodoxias sefarditas – sejam descendentes direitistas dos “revisionistas” de Jabotinsky, sejam socialistas ou trabalhistas, patrões ou membros da Central Sindical Histadrut.

David Hacoen, proeminente dirigente desta agremiação, estipulou após a sua fundação, no final dos anos vinte do século passado, que “nunca aceitarei árabes no meu sindicato” porque “o sionismo é um sistema de desenvolvimento separado”. O regime segregacionista da África do Sul herdou este conceito como a definição do apartheid.

“Não admito que o cão no estábulo tenha o direito final sobre o estábulo mesmo que nele tenha dormido durante longo tempo”. A frase lapidar é de David Ben Gurion, trabalhista, “laico”, fundador do Estado de Israel e seu primeiro primeiro-ministro.

Esta figura de referência sionista e israelense “não admite” que “as peles vermelhas sofreram uma grande injustiça na América, nem os negros na Austrália. Não admito que tenha sido cometido um erro com esses povos”, insistiu, “porque uma raça mais forte, uma raça de maior qualidade, mais sofisticada, tenha vindo tomar o seu lugar”.

Talvez não haja uma definição única do conceito de limpeza étnica. Isto, porém, deve ser das mais inspiradas e sinceras. 

https://strategic-culture.su/news/2024/05/03/o-sionismo-explicado-pelos-sionistas-como-pensa-e-age-a-raca-pura/

15 MAIO - NAKBA PALESTINO - 76 ANOS DE OCUPAÇÃO

 


 No dia 15 de maio você tem um encontro com a  PALESTINA:   

Nakba Palestina – 76 anos de ocupação sionista na Palestina

 7 meses de genocídio em Gaza  

15/05  - 19h - Auditório da FECESC – Av. Mauro Ramos, 1624 – Centro – Florianópolis 

Participe! Compartilhe este CONVITE!  Somos todos palestinos!

terça-feira, 7 de maio de 2024

A cidade de Rafah será cemitério dos invasores sionistas, e muitas surpresas aguardam o inimigo

 

Comunicado de imprensa

“O contínuo bombardeamento brutal da cidade é uma tentativa falhada de pressionar a resistência e colocar o nosso povo de joelhos.”

🔴 Frente Popular: A cidade de Rafah será cemitério dos invasores sionistas, e muitas surpresas aguardam o inimigo.

A Frente Popular para a Libertação da Palestina confirmou que o anúncio feito, pelo derrotado e covarde exército inimigo, do início de uma operação de evacuação da população a leste da cidade de Rafah, coincidindo com um bombardeamento brutal e contínuo que teve como alvo um grande número de cidadãos e suas casas lotadas de pessoas deslocadas, surge no quadro da guerra de extermínio em curso contra o nosso povo na Faixa de Gaza, e uma tentativa miserável de retaliação para subjugar o nosso povo e quebrar a sua vontade E um meio falhado de pressionar a resistência a fazer mais concessões.

A Frente sublinhou que o fracassado inimigo sionista não será capaz, através da pressão militar sobre a cidade de Rafah, de alcançar quaisquer conquistas no terreno que não sejam mais matanças, massacres e a destruição sistemática de infraestruturas, e expandir a gravidade da catástrofe catastrófica da crise humanitária que a cidade sofre a níveis mais duros e graves, especialmente porque a área de operações incluirá as travessias de Rafah e Karm Abu.

A Frente responsabilizou totalmente a administração americana e a comunidade internacional pelos próximos crimes sionistas a que os civis e as pessoas deslocadas estarão expostos. Especialmente porque a administração americana está ciente dos planos da ocupação para Rafah e existe coordenação no mais alto nível entre as duas partes na gestão deste processo.

A Frente apelou aos apoiantes do povo palestino em todo o mundo e aos movimentos de solidariedade em todo o mundo para uma revolta global abrangente e contundente que não se limite às universidades, mas inclua todos os sindicatos, instituições, comunidades e movimentos árabes, palestinos e islâmicos para boicotar a ocupação e sair às praças e ruas e sitiar instituições internacionais e embaixadas de agressão para enviar mensagens fortes, denunciando a continuação do Holocausto e pressionando para parar a agressão, especialmente agora dirigida contra civis indefesos em Rafah.

A Frente concluiu a sua declaração sublinhando que a cidade de Rafah será, como sempre foi, um cemitério para os invasores sionistas.  A heroica operação em que a resistência teve como alvo um local militar que alberga o comando de operações que gera agressão contra Rafah ontem, nada mais é do que uma mensagem clara da resistência a este inimigo e aos seus líderes covardes de que muitas surpresas os aguardam e que vocês não escaparão. Não há vitória em Rafah, encontrarão  mais decepção, fracasso miserável, derrota e um colapso em seu poder de dissuasão.

Frente Popular para a Libertação da Palestina

Departamento Central de Informações

6-5-2024

https://pflp.ps/post/24103/

sábado, 4 de maio de 2024

Os defensores de Israel falam tanto sobre sentimentos porque não conseguem falar sobre fatos

 Por Caitlin Johns Stone



O Guardian publicou um artigo intitulado “ Os israelenses expressam tristeza e desafio pelos protestos em Gaza nos campi dos EUA ”, com o subtítulo “As pessoas em Jerusalém expressam pouca simpatia pelos manifestantes anti-guerra, com alguns acusando-os de ódio por Israel”.

É exatamente o que parece: uma reportagem inteira sobre os sentimentos que alguns israelenses estão sentindo em relação aos protestos em outro país, do outro lado do mundo. Jason Burke, do The Guardian, perguntou a algumas pessoas aleatórias sobre seus sentimentos do lado de fora de um teatro em Jerusalém e, em seguida, apresentou essa coisa estranha e nada como uma reportagem relevante.

“Não sabíamos que tantas pessoas odiavam Israel”, teria dito algum guarda de segurança aleatório.

“Tais sentimentos parecem generalizados entre a maioria judaica em Israel, sete meses depois da guerra ter sido desencadeada por ataques surpresa lançados pelo Hamas no sul do país, nos quais cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, foram mortas e 250 feitas reféns”, escreve Burke.

“Os judeus israelitas entrevistados pelo Guardian esta semana atribuem a indignação no estrangeiro à desinformação, à ignorância, à hostilidade histórica de instituições internacionais como a ONU, aos 'padrões duplos' globais e ao anti-semitismo arraigado”, informa-nos Burke.


Se você está apenas sintonizando, pode parecer estranho que um grande meio de comunicação publique uma história sobre as emoções que alguns israelenses estão sentindo em relação aos protestos estrangeiros contra um genocídio ativo cometido por seu país. Afinal, esta não é uma notícia. Uma história sobre como estão os sentimentos de algumas pessoas não é notícia e não é jornalismo.

Mas foi exactamente assim que os últimos sete meses têm parecido nos meios de comunicação imperiais: uma fixação ininterrupta nos sentimentos em vez dos factos. Os israelenses estão perturbados com os protestos anti-genocídio. Os judeus ocidentais perturbaram os sentimentos dos manifestantes no campus. Biden perturbou os sentimentos em Netanyahu . Em Outubro passado, a comunicação social imperial subitamente ficou muito menos interessada em informar sobre os factos no terreno com Israel e Gaza, e muito mais interessada em informar sobre como alguns grupos de pessoas se sentem em relação a isso. 

Repórteres, especialistas, políticos e funcionários ocidentais não podem parar de falar sobre isto. Os sentimentos dos israelitas e dos judeus ocidentais não só recebem mais importância do que os sentimentos dos palestinianos ou de qualquer outro grupo, como também recebem mais importância do que as vidas palestinas. Algum miúdo sionista que finja sentir-se “ameaçado” num campus da Ivy League terá mais cobertura do que os massacres diários que têm ocorrido na densamente povoada cidade de Rafah.

Assista ao último vídeo de Matt Orfalea sobre o dilúvio de mimos e arrulhos na cobertura mediática que foi dada a um activista sionista que falsamente fingiu ter sido “esfaqueado no olho” por um activista pró-Palestina para ter um bom exemplo deste comportamento:

Israel é a única questão onde a classe política e mediática ocidental trata os sentimentos das pessoas como uma questão de suprema importância.

Se você é um pai solteiro e estressado, lutando para pagar as contas e manter um teto sobre a cabeça dos seus filhos, eles não se importam com seus sentimentos.

Se você é um americano que foi lançado na miséria e na falta de moradia por causa de contas médicas, eles não se importam com seus sentimentos.

Se você é um palestino cujo complexo de apartamentos foi bombardeado com toda a sua família dentro, eles definitivamente não se importam com os seus sentimentos.

Mas se você é um sionista ocidental que não gosta da dissonância cognitiva que surge ao encontrar manifestantes anti-genocídio, ou mesmo se você é um israelense que está chateado com os protestos anti-genocídio em todo outro país do outro lado do planeta, eles estão muito, muito interessados ​​em seus sentimentos.

Isto acontece, naturalmente, porque o apoio incondicional do Ocidente a Israel não pode ser defendido através de factos, pelo que o controlo narrativo precisa de se concentrar num apelo ininterrupto à falácia emocional . A sua posição é tão grosseira e indefensável que tudo o que lhes resta é tagarelar sobre algumas pessoas seleccionadas que têm sentimentos perturbadores e que consideram esses sentimentos mais importantes do que impedir um genocídio activo.

Os propagandistas e gestores de impérios não têm os factos do seu lado e não têm a moralidade do seu lado, por isso tentam manipular puxando os cordelinhos do coração usando simpatia e compaixão. Eles apelam para alguns dos impulsos mais saudáveis ​​dentro de nós, a fim de nos induzir a apoiar algumas das ações mais malignas que o mundo já viu.

O que é uma coisa absolutamente nojenta de se fazer, naturalmente. Mas, novamente, é tudo o que resta a esses dementes.


Os 61 mil milhões de dólares de Biden e o recrutamento coercitivo do regime de Kiev

  Os ucranianos estão a fugir do banho de sangue da OTAN, não da Rússia



Esta semana, o presidente dos EUA, Joe Biden, proclamou a aprovação pelo Congresso de 61 mil milhões de dólares em ajuda militar adicional à Ucrânia como "um bom dia para a paz mundial". A exaltação de Biden é macabra. A obscenidade é que mais ucranianos serão sacrificados pelo imperialismo ocidental e pelo seu brutal regime neonazi em Kiev.

A narrativa sem noção e cínica dos meios de comunicação ocidentais é que uma Ucrânia democrática e amante da liberdade está a lutar corajosamente contra a agressão russa. Os homens ucranianos estão, segundo este conto de fadas, a lutar corajosamente para defender o seu país e para salvar o resto da Europa da invasão russa.

É por isso que o Congresso dos Estados Unidos aprovou esta semana um projeto de lei para enviar mais 61 mil milhões de dólares de ajuda militar à Ucrânia. O Presidente Biden estava a apelar desesperadamente ao Congresso para que tomasse uma posição com a Ucrânia para derrotar a agressão russa. Os aliados americanos da NATO têm igualmente reiterado o mesmo mantra sem sentido. A maioria das pessoas que vivem fora da câmara de eco dos meios de comunicação ocidentais sabe que esta descrição é uma total treta, para usar um dos bordões favoritos de Biden.

O conflito na Ucrânia é uma guerra por procuração da NATO liderada pelos EUA para derrotar estrategicamente a Rússia. O grande esquema começou a funcionar depois do golpe de Estado patrocinado pela CIA em Kiev, em 2014. O regime de Kiev, liderado por um presidente fantoche judeu vigarista, Vladimir Zelensky, é uma ditadura neonazi. É uma junta corrupta onde a elite, como Zelensky, desviou milhares de milhões de dólares e euros doados pelos governos ocidentais, cortesia dos seus contribuintes involuntários.

Esta semana, vimos a prova de que o reich de Kiev está em ação quando anunciou que iria cortar os serviços consulares para todos os homens ucranianos com idades compreendidas entre os 18 e os 60 anos que residem atualmente no estrangeiro.

Estima-se que, desde a escalada do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, cerca de cinco milhões de cidadãos ucranianos tenham fugido para países da União Europeia. Destes, cerca de 20 por cento – um milhão – são homens adultos.

O corte dos serviços consulares a qualquer cidadão pelo seu governo é uma ação drástica sem precedentes. Só isso já deveria alertar os observadores para o facto de o "governo" em questão estar longe de ser normal. Risivelmente, os meios de comunicação ocidentais noticiaram o banimento dos serviços consulares pelo regime de Zelensky como se fosse algo banal. Por outras palavras, encobriram convenientemente o que é uma violação vergonhosa das normas internacionais.

A razão pela qual as embaixadas ucranianas tomaram esta medida foi a de forçar os homens ucranianos no estrangeiro a declarar os seus dados e a registarem-se para uma nova campanha de recrutamento do regime de Kiev.

No início deste mês, o regime de Zelensky aprovou uma lei que confere poderes de mobilização muito mais rigorosos para obrigar os homens ucranianos a alistarem-se nas forças armadas.

A nova lei é profundamente impopular entre o povo ucraniano por boas razões. Os ucranianos estão a ser enviados para a linha da frente para serem massacrados por forças russas muito superiores, numa guerra fútil do lado da OTAN e seus interesses geopolíticos.

Calcula-se que 500 000 a 600 000 soldados ucranianos tenham sido mortos em mais de dois anos de combates. Outros milhões ficaram feridos e mutilados. Toda uma geração de homens ucranianos foi destruída a um ritmo semelhante ao de uma carnificina do tipo da Primeira Guerra Mundial.

De acordo com as Nações Unidas, o número de civis mortos no conflito ronda os 10 000. Todas as mortes são lamentáveis, mas o número relativamente baixo de vítimas colaterais é uma prova dos esforços da Rússia para evitar alvos civis. Podemos perguntar-nos, portanto, por que razão milhões de ucranianos saltaram para os seus carros  4x4 para se estabelecerem na Europa, se não estavam a ser alvo das forças russas. É também notável o fato de a maioria dos ucranianos ter ido procurar segurança na Rússia, mais do que em qualquer outro país da Europa. Lá se vai o discurso da Rússia ser um agressor maléfico.

Zelensky e o seu regime fantoche da OTAN afirmam, de forma absurda, que o número de mortos entre os militares ucranianos ronda os 31 000. É claro que o número real, 16 vezes superior, tem de ser negado, caso contrário a propaganda ocidental seria envergonhada pelo banho de sangue que OTAN e o seu regime instigaram.

Se, por uma questão de argumentação, o número impossivelmente mais baixo pudesse ser acreditado, então a questão é saber porque é que o regime de Kiev está tão desesperado para lançar o seu recente recrutamento draconiano. Zelensky falou da necessidade de recrutar até 500 000 novos soldados. Isto é uma admissão implícita de que o número mais elevado de mortos, entre 500 e 600 mil, é de fato exato se for necessário encontrar tantos substitutos.

Quando o regime de Kiev anunciou a sua nova campanha de recrutamento no início deste mês, seguiu-se imediatamente uma corrida de ucranianos às embaixadas em toda a Europa para renovar os seus documentos, como passaportes e cartas de condução. A pressa deveu-se ao fato de não quererem ter de regressar à Ucrânia para renovar os seus documentos, sob pena de serem sujeitos a um recrutamento forçado.

Já há uma miríade de relatos e vídeos (não cobertos pelos meios de comunicação ocidentais, com certeza) de homens ucranianos a serem apanhados nas ruas por rufias do regime de Kiev para o serviço militar. Muitos outros esconderam-se no interior do país. Houve escândalos sobre famílias ucranianas que foram extorquidas por agentes de recrutamento, que lhes pediram milhares de dólares para poupar pais e filhos. Milhares de outros arriscaram as suas vidas tentando atravessar rios a nado para países vizinhos.

O fato de o regime de Kiev estar a tomar a medida extrema de recusar agora os serviços consulares aos seus cidadãos masculinos no estrangeiro é uma prova de quão vingativo e insensível é o regime de Kiev. O objetivo é conseguir até um milhão de recrutas para os campos de extermínio ao longo dos 1 000 quilometros da linha da frente com a Rússia, no leste do país.

É aqui que a história da propaganda ocidental se torna absurda. Para evitar ser arrastado de volta para a Ucrânia, espera-se que muitos dos que vivem no estrangeiro renunciem à cidadania. Se não tiverem passaportes válidos e não puderem renovar os seus documentos, tornam-se apátridas e ilegais. Isto significa que centenas de milhares de ucranianos terão, necessariamente, de pedir asilo político nos países da União Europeia. Em suma, a sua situação é a de não poderem regressar ao seu país de origem por receio de serem perseguidos.

Não é ridículo? Os Estados Unidos e os seus vassalos europeus doaram até 300 mil milhões de dólares em dinheiro público para apoiar um regime de que fogem os próprios cidadãos, com medo.

O último esbanjamento de 61 mil milhões de dólares por parte dos Estados Unidos não ajudará a Ucrânia a vencer a guerra por procuração orquestrada pela OTAN contra a Rússia. A generosidade irá apenas prolongar a agonia da Ucrânia e apoiar o corrupto regime neonazi. Já foram abatidos cerca de meio milhão de soldados ucranianos numa guerra criminosa e fútil em nome dos interesses imperialistas ocidentais. Muitos analistas militares independentes concordam que a falta crítica é de mão-de-obra ucraniana.

Zelensky e os seus capangas estão a tentar extorquir mais corpos para o matadouro. Washington e os seus lacaios europeus estão a alimentar a máquina de matar dos militares que lucram com a caça ao homem do regime de Kiev em busca de nova carne para canhão.

É hediondo e diabólico. É também chocantemente flagrante – a menos que se confie nos media ocidentais para a sua "informação".

A verdade é que o público ocidental está a apoiar um regime que até os seus cidadãos temem. É um duplo golpe. O Ocidente está a subsidiar um regime que está a matar desnecessariamente o seu povo em vez de se envolver numa diplomacia pacífica com a Rússia para pôr fim a esta guerra.

Além disso, milhões de ucranianos estão a viver em países europeus sem pagar renda, o que coloca uma enorme pressão sobre a habitação e os serviços para os cidadãos europeus. Tudo isto porque o Tio Sam e os cães de guarda europeus estão a promover uma guerra criminosa por procuração.

Os ucranianos não estão a fugir da agressão russa. Estão a fugir do horrível regime parasitário ucraniano e do banho de sangue desencadeado pela OTAN.

26/Abril/2024

[*] Strategic Culture Foundation, info@strategic-culture.su

O original encontra-se em strategic-culture.su/news/2024/04/26/biden-61-billion-and-kievs-conscription-crackdown-ukrainians-fleeing-nato-bloodbath-not-russia/

Este editorial encontra-se em resistir.info


sexta-feira, 3 de maio de 2024

Iêmen expande frente contra Israel para incluir Mar Mediterrâneo

Sanaa alertou que se o exército israelense entrar em Rafah, a navegação 
na ‘área de operações militares’ não será permitida

3 DE MAIO DE 2024



As forças armadas iemenitas anunciaram em 3 de maio o início da “ quarta fase ” da escalada contra Israel e em apoio à Palestina, ameaçando atingir navios ligados a Israel “em qualquer lugar ao nosso alcance”.

Sanaa destaca num comunicado que os ataques , que bloquearam com sucesso Israel fora do Mar Vermelho, irão expandir-se para o Mar Mediterrâneo. No início deste ano, as forças armadas do Iémen expandiram o âmbito das suas operações pró-Palestina para incluir o Oceano Índico, afetando gravemente a economia israelita.

A declaração de sexta-feira do governo liderado por Ansarallah também alerta Tel Aviv contra o lançamento do ataque à cidade de Rafah, no sul de Gaza, dizendo que, com efeito imediato, quaisquer navios “ligados ao fornecimento de suprimentos e à entrada nos portos palestinos sob ocupação” estaria sujeito a “penalidades severas”.

O comunicado sublinha que estes navios não poderão “navegar pela área de operações militares, independentemente do seu destino”.

A escalada do Iêmen foi tornada pública pelo porta-voz das forças armadas, brigadeiro-general Yahya Saree, que fez o anúncio diante de centenas de milhares de iemenitas que continuam a reunir-se na capital todas as semanas para mostrar o seu apoio aos palestinos em Gaza.


3:13


Desde meados de Novembro, o Iémen mantém um bloqueio comercial naval contra Israel. As operações das forças armadas permanecem praticamente inalteradas, apesar da campanha ilegal de bombardeamentos dos EUA e da forte militarização do Mar Vermelho pelos países da OTAN.

“Não esperávamos necessariamente esse nível de ameaça. Houve uma violência desinibida que foi bastante surpreendente e muito significativa. [Os iemenitas] não hesitam em usar drones que voam ao nível da água, para explodi-los em navios comerciais e para disparar mísseis balísticos”, disse Jerome Henry , comandante da fragata FREMM da classe Aquitânia, Alsace, da França, ao Le Figaro no mês passado.

Os líderes do Ansarallah afirmaram repetidamente que as operações iemenitas continuarão até que a guerra genocida de Israel em Gaza termine e um cessar-fogo duradouro seja implementado.

Face ao seu fracasso em dissuadir o Iêmen, Washington ofereceu recentemente ao país “um reconhecimento da sua legitimidade” em troca da sua neutralidade na guerra em Gaza.

“[Washington] prometeu reparar os danos, remover as forças estrangeiras de todas as terras e ilhas ocupadas do Iêmen e remover Ansarallah da 'lista de terrorismo' do Departamento de Estado – assim que pararem os seus ataques em apoio a Gaza”, segundo fontes iemenitas. que falou exclusivamente com The Cradle .

A oferta também incluía “reduzir severamente” o papel do Conselho de Liderança Presidencial (CLP) nomeado pela Arábia Saudita e “acelerar a assinatura de um roteiro” com a coligação liderada pela Arábia Saudita para pôr fim à guerra de nove anos que dizimou o Iêmen.

https://thecradle.co/articles/yemen-expands-front-against-israel-to-include-mediterranean-sea