sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

MANIFESTO DA FRENTE DE DEFESA DO POVO PALESTINO – FDPP

A ORIGEM DO CONFLITO
A Palestina sofreu várias invasões ao longo de sua história. A origem dos conflitos que hoje ocorrem na região está entre 1897 e 1947, pois nesses cinqüenta anos seu território foi sendo disputado e invadido pelo movimento sionista, que, com apoio de banqueiros e empresários europeus, além de governos antidemocráticos, começa a defender a idéia de criação de um "Estado judeu" na Palestina.
Em 1947, com o respaldo de grandes potências capitalistas como Inglaterra e EUA, os sionistas conseguem levar a discussão da divisão da Palestina e da criação do "Estado judeu" para a Organização das Nações Unidas (ONU).
Até 1947 existia uma Palestina única, onde conviviam pacificamente palestinos judeus, cristãos e muçulmanos, sendo o principal problema o domínio da Inglaterra sobre a região. Os palestinos dessa época queriam a independência, a liberdade e a soberania, mas em vez disso a ONU decidiu aprovar uma proposta de criação de dois estados. Um seria o Estado judeu, Israel (que ficaria com 53% do território), e o outro o Estado palestino (que ficaria com 47%). Jerusalém (2% do território), cidade sagrada para as três grandes religiões monoteístas (cristianismo, judaísmo, islamismo) seria administrada pela ONU.
Quando em 1948 os ingleses saem da Palestina, é criado o atual Estado de Israel, sem nenhuma consulta à população que vivia na região. Os sionistas trariam da Europa milhares de judeus para invadir o território palestino. Aproveitando-se do sofrimento do povo judeu, que foi perseguido e massacrado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, os sionistas montam um exército e fundam seu Estado, mas impedem que o Estado palestino seja criado. Desrespeitando a resolução da ONU, iniciam uma escalada de torturas, massacres e violência que já dura 61 anos.
A criação do Estado de Israel trouxe instabilidade e guerras para a região, pois esse projeto colonialista/imperialista tem como objetivo neutralizar e enfraquecer as lutas populares por libertação nacional e independência. Israel transformou-se num instrumento das grandes potências, principalmente dos EUA, dentro do Oriente Médio, especialmente para o controle do petróleo.
Em 1948 o exército e o governo de Israel impedem a criação do Estado palestino, expulsam cidadãos palestinos de suas casas, de suas terras e invadem quase toda a região. Os palestinos resistem, mas não conseguem impedir o expansionismo israelense. E a ONU se cala!
Em 1967 o Estado de Israel assume o controle total da Palestina pela força, dominando Gaza, Cisjordânia e a cidade de Jerusalém, contrariando assim, mais uma vez, as resoluções da ONU sobre a questão. Além disso, Israel invade a Península do Sinai, no Egito, e as Colinas de Golan, na Síria, onde se encontram as fontes de água.
Portanto, o responsável pela difusão da violência na região é o governo e a classe dominante de Israel, um Estado que tem praticado o terrorismo contra a população civil palestina, mantendo nas prisões mais de 11 mil pessoas, encarceradas por lutarem por paz, por justiça e em defesa do seu Estado e país, a Palestina
O Estado de Israel não cumpre as resoluções da ONU, invadiu os territórios da Palestina, da Síria, do Egito, invadiu e massacrou o Líbano duas vezes (1982 e 2006), produziu armas de destruição em massa/ogivas nucleares, desrespeita todas as convenções e tratados internacionais de direitos humanos, não cumpre nenhum acordo de paz ou cessar fogo. Assassina milhares de palestinos, ativistas de direitos humanos, membros de missões humanitárias da ONU e outras organizações, impede a Cruz Vermelha Internacional e os Médicos Sem Fronteiras de dar assistência aos feridos em Gaza, censura a imprensa e reprime os próprios israelenses que se manifestam contra a ofensiva militar.

A RESISTÊNCIA DO POVO PALESTINO AO
O TERRORISMO DE ISRAEL

Desde a década de 30, várias ações de resistência contra o mandatário inglês e ocupante israelense foram realizadas pelos palestinos.
No decorrer desta luta, surgiram inúmeras organizações populares, dentre elas a OLP Libertação da Palestina, formada por facções nacionalistas laicas (não-religiosas) e socialistas/comunistas.
Nos últimos 20 anos a resistência palestina tem recrudescido e se ampliado. Como exemplos disso temos as revoltas populares – INTIFADAS – ocorridas em 1987 e 2000 - expressas pela diversidade de organizações políticas, sociais, culturais e religiosas, todas lutando contra a ocupação da Palestina

A FRENTE DE DEFESA DO POVO PALESTINO:
INSTRUMENTO DA SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL

Como resultado das várias manifestações em defesa do povo palestino e em particular contra o cerco econômico e humanitário e o massacre que o Estado de Israel promove hoje em Gaza e contra o Hamas, seu governo legitimamente eleito, nós, brasileiras e brasileiros, nos reunimos a partir de diversas organizações dos movimentos populares, sindical, estudantil, de mulheres, de direitos humanos, além de partidos políticos, entidades da comunidade árabe-palestina laicas e religiosas, para dar uma demonstração de força e unidade diante de mais essa agressão contra o povo palestino.
Mais do que palavras de solidariedade, nosso objetivo é fortalecer esse amplo movimento nacional e internacional de luta contra a ocupação israelense e por uma Palestina laica , independente e democrática.
Que nosso esforço coletivo sirva de munição poderosa para todas e todos que querem construir um mundo de paz e justiça, sem colonialismo, sem racismo, sem imperialismo, sem sionismo!
PLEITEAMOS:
- A RETIRADA IMEDIATA DAS TROPAS ISRAELENSES DE GAZA
- O FIM DO GENOCÍDIO EM GAZA
- O FIM DO CERCO Á FAIXA DE GAZA
- LIBERDADE PARA OS PRESOS POLÍTICOS PALESTINOS
- A NÃO-RATIFICAÇÃO DO TRATADO DE LIVRE COMÉRCIO MERCOSUL-ISRAEL
- A RUPTURA DE RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS COM ISRAEL, COMEÇANDO PELA EXPULSÃO DO EMBAIXADOR ISRAELENSE
- O BOICOTE AOS PRODUTOS DE EMPRESAS QUE SUSTENTAM A OCUPAÇÃO DA PALESTINA POR ISRAEL


São Paulo, 15 de janeiro de 2009. .

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