sábado, 26 de fevereiro de 2011

Jhinaoui: Kaddafi não é o revolucionário dos anos 70

http://multimedia.telesurtv.net/24/2/...
A rede TELESUR entrevistou Farouk Jhinaqui, dirigente da "Frente 14 de janeiro" , constituída pelos partidos PCT e PTPDT, do qual é membro. Esses partidos protagonizaram junto com outras organizações e sobretudo com o povo tunisiano, o início do levante árabe. A Frente é um dos saldos organizativos produzidos pela rebelião do povo da Tunísia contra o ditador de seu país, conhecida como a Revolução de Jasmim que espalhou seu perfume no Oriente e na África.


Esta entrevista é muito oportuna e, de fato, vem numa boa hora para nos ajudar a entender melhor o que está se passando na Líbia, já que não podemos confiar nas informações da mídia corporativa interessada em manter a dominação imperial e o status quo e , neste caso, nem na Al Jazzira ,por que a informação está contaminada pelos interesses dos petrodólares da família saudita.

Abaixo reproduzimos uma síntese desta importante entrevista:

"Farouk Jhinaqui insite que não se pode falar do presidente líbio, Muahmar Kadafi como um revolucionário, antimperialista dos anos 70, 80's. Nas últimas décadas Kadafi se aliou aos governos ocidentais , sendo um amigo do imperialismo, aliado de Sarkozi, Tony Blair e Zapateiro.

Em 2003, aplicou o ajuste estrutural do Banco Mundial e do FMI. Durante o levante do povo da Tunísia, escolheu apoiar o ditador contra o povo; abriu as fronteiras da Líbia às grandes multinacionais e a fechou às imigrações africanas, se transformando no guardião das fronteiras do Mediterrâneo, prendendo os imigrantes africanos em campos de concentração. Dessa forma, deixa feliz seus amigos europeus, implementando o que chamam de "gestão de fluxo migratório".

Kadafi colabora ativamente com a guerra antiterrorista promovida pelos EUA; compra armas da UE,sobretudo da Itália, para usá-las contra seu próprio povo; sequer oferece armas aos palestinos para apoiar sua luta.

Na Líbia não há partidos, associações de espécie alguma ,nem tão pouco entidades da sociedade civil; não há Estado na Líbia: Em Trípole fomenta a divisão tribal para que lutem e se matem entre si; utiliza mercenários estrangeiros contra seu própio povo.

Kadafi não ocupa oficialmente um cargo, é o exército quem manda na Líbia. Sua família fez fortuna com as riquezas do povo; Seu regime e governo não representam nenhuma força antimperialista na região, tão pouco defende a causa palestina. Como todos os líderes árabes, são policiais locais servindo aos interesses do ocidente.

O povo da Líbia está lutando para recuperar sua dignidade, sua liberdade e para isso precisam se desfazer de um déspota! E ainda que os EUA e a UE tentam montar fatos e criar situações para se aproveitar, são os líbios que estão lutando. "

Um comentário:

  1. Uai,se o cara não ocupa nenhum cargo,é muito fácil resolver o problema na Líbia de uma forma simbolica.O cara renuncia e o poder fica nas mãos de um governo de transição como ocorreu nos dois estados que teveram essas revoluções:Egito e Tunísia.Em outras palavras,na mão do grupo que está mais organizado;as forças armadas...

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