segunda-feira, 13 de junho de 2011

Os EUA fornecem bombas aos aliados para a guerra na Líbia

Os stocks de munições da força aérea aliada estão esgotados. Mas para continuar a destruição da Líbia, o pentágono aprovisiona a NATO. A guerra é assim um negócio rentável.


Em 60 dias de « Protecção unificada » os aviões da OTAN efetuaram, segundo dados oficiais, mais de 9.000 missões na Líbia, entre as quais 3.500 ataques com bombas e mísseis. A maior parte é levada a cabo pela força aérea dos EUA, Grã-Bretanha, França, Itália e Canadá. Aviões italianos (Tornado, Eurofighter 2000, F-16 e outros) efetuaram, segundo uma estimativa, cerca de 900 missões. Com eles participam igualmente Suécia, Espanha, Holanda, Bélgica, Noruega, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Qatar e Turquia.
No total, mais de 300 aviões estão envolvidos, isto porque esta guerra permite igualmente testar em condições reais, novas armas, como o caça francês Rafale. A aeronáutica italiana está a experimentar o avião Boeing KC767-A, que acabou de receber e que efetua operações de aprovisionamento em pleno voo de caças-bombardeiros e também transportes aéreos estratégicos. No seu batismo no aeroporto de Pratica di Mare, este foi apresentado como «o pilar para uma única e excepcional capacidade de projecção do componente aéreo não só a nível nacional mas também de toda a OTAN». Assim, um novo sistema de armas é testado na guerra da Líbia para potencializar a capacidade da OTAN na projecção de forças aéreas e terrestres noutras guerras.

A operação « Protecção unificada » revela no entanto algumas deficiências. Com o incessante bombardeamento, as bombas esgotam-se. No entanto, não há problema, pois o Pentágono continua a fornecer. O coronel Dave Lapan, porta-voz do departamento de Defesa afirma que «Desde que a OTAN tem liderado a campanha aérea, temos fornecido um apoio material, munições inclusive, aos aliados e aos parceiros participantes nas operações na Líbia». Lapan precisa que este fornecimento, cujo valor ascende agora a 24,3 milhões de dólares, inclui «bombas inteligentes teleguiadas de extrema precisão». 

Na Itália, estas bombas estão estocadas em enormes quantidades em Camp Darby, a base logística (estadunidense) que aprovisiona as forças aéreas dos EUA na zona mediterrânea e africana.
De Camp Darby as bombas e outros materiais de guerra podem depois ser enviados nas zonas de acção através do aeroporto de Pisa. A nossa situação, declara um dos comandantes dessa base EUA, oferece-nos «capacidades logísticas únicas porque o nosso depósito está a 30 minutos do aeroporto (italiano)». Este aeroporto de onde surgirá o Hub aéreo nacional (italiano), a interligação aeroportuária de todas as missões militares no estrangeiro, será «colocado a disposição da NATO».

Desde que a guerra na Líbia começou, C-130’s e outros aviões, com certeza carregados de bombas e mísseis fornecidos por Camp Darby, têm sobrevoado Pisa em situação de  baixas altitudes. Há cerca de um ano e meio atrás, um C-130 despenhou-se depois de decolagem, sem provocar nenhuma tragédia, por pura sorte. As autoridades estabeleceram então uma «zona de segurança» quando, durante obras  no aeroporto, fora encontrada uma bomba não explodida, datando da Segunda Guerra mundial. Depois de ter desarmado o engenho, tudo voltou a normalidade : aviões militares retomaram os voos por cima da cidade, carregados de bombas made in USA, bombas que os aliados irão largar sobre a Líbia, para proteger os líbios.

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