quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Introdução ao tema kurdo



Até bem pouco tempo, o blog era simpatizante da causa curda, dando especial destaque as guerrilheiras  em luta. Publicamos vária matérias sobre as guerrilheiras curdas, no entanto, este  tema levantava muita polêmica  com os amigos da comunidade árabe, que de uma forma ou de outra nos sinalizavam  sobre a falta de confiança  em relação aos curdos por conta da estratégia histórica de alianças das organizações políticas curdas  com o sionismo  e o  imperialismo, prioritárias da maioria das organizações curdas. Coisa que achávamos inverossímil.
No entanto a  guerra de ocupação  do imperialismo sionista( EUA) contra o Iraque  e a Síria acabou expondo essas espúrias alianças, que nossos amigos árabes, e seus descendentes brasileiros , há muito tempo conheciam. Uma aliança que é parte da estratégia imperialista/sionista de fragmentação dos estados árabes para dominação política e econômica de territórios ricos em petróleo,  gás e outros minerais do mundo. 
Para esclarecer melhor  os fatos, vamos dar início a tradução de uma série de três partes de um texto escrito pela jornalista investigativa Sarah Abed. Antes porém, apresentamos a tradução da introdução aos textos da jornalista Richard Edmondson, na próxima publicação  daremos início a Parte I dos textos de Sarah Abed.
 


Introdução aos textos de Sarah Abed 
por Richard Edmondson 


O que devemos pensar sobre os curdos - muitas vezes retratados pelos principais meios de comunicação como galantes lutadores da liberdade, com muitas jovens bonitas lutando em suas fileiras? Ah, mas agora vemos que, em geral, os curdos se aliaram aos EUA,  em seus esforços de mudança de regime na Síria. Os fatos colocam os curdos no que parece ser  alianças abomináveis, inclusive com Israel, os sauditas e, sim ...  com o ISIS.

Então, os curdos também fizeram um trato com o demo? Eles são anjos caídos? Eles já foram anjos, para começar? Sarah Abed  publicou uma série de três partes que aprofunda essas questões. Na primeira série, ela analisa em linhas gerais, como descreve um editor de Mint Press, "o papel que algumas facções curdas desempenharam ao longo da história em ajudar grandes potências a criar o caos no Oriente Médio -  desde o  levante curdo no Iraque na década de 1960 ao conflito em curso na Síria hoje ".
A jornalista, também, alude  o tema das lindas garotas guerrilheiras. Parece - e isso não deve ser uma surpresa -  que são basicamente um truque de marketing. Abaixo, um trecho da matéria  de Sarah:
O Partido dos Trabalhadores do Curdistão, o PKK, e o seu spin off sírio, o YPG, são conhecidos como movimentos radicais  que mistura e entrelaça o marxismo, o feminismo, o leninismo e o nacionalismo curdo , convertendo-se em um leque de ideologias, atraindo membros através do uso extensivo da propaganda que apela a diversos modos de pensamento. Abdullah Ocalan, líder do PKK, tomou inspiração do anarquista americano Murray Bookchin ao criar sua filosofia, que ele chama de "Confederalismo Democrata".
O grupo de spin-off PKK /YPG representa a maior parte do SDF  - Forças Democráticas da Síria.  Com grande  apoio político do ocidental, eles ganharam popularidade e obtiveram um apoio impressionante de muitos veteranos militares no Ocidente, alguns dos quais deixaram o conforto de seus países de origem para lutar com o grupo. Uma das ferramentas de marketing mais produtivas foi usar jovens e atraentes lutadoras  como rosto das guerrilhas, utilizada fartamente pela mídia corporativa. Durante a luta contra a Daesh, o PKK saturou a mídia com imagens dessas jovens  mulheres "lutadoras da liberdade", usando-as como uma ferramenta de marketing para levar sua causa da obscuridade à fama.
Assista um relatório da BBC sobre combatentes curdos da Síria, apresentando o cantora curda 'Helly Luv':
(cantora, dançarina, coreógrafa, atriz e modelo de origem curda - N.do Blog) )
  https://www.youtube.com/watch?time_continue=24&v=yqESXkMM3jI
Vídeos de rock curdo. Por que não estou surpreso? Veremos o que Sarah Abded escreve sobre os Peshmerga curdos, a quem "Helly Luv" supostamente está dando arrepios:
O relacionamento curdo-israelense amadureceu significativamente. Desde pelo menos a década de 1960, Israel providenciou assistência de segurança intermitente e treinamento militar aos curdos. Isso foi utilizado principalmente na luta anti-Saddam - mantendo-o distraído, enquanto Israel lutava em duas guerras coordenadas, contra vizinhos árabes  -, mas a percepção mútua de suas respectivas dificuldades no Oriente Médio,  criou um vínculo de afinidade israelense-curda. Atualmente, todos os sinais apontam para a progressão desta cooperação na área da segurança. A aquisição israelense de petróleo curdo a preços acessíveis não só indica um fortalecimento dos laços econômicos, mas também uma ajuda israelense para Erbil, no  Iraque,  quase falida, que sugere uma aposta estratégica nos curdos em uma região em desenvolvimento.
As pessoas mais próximas dos judeus do ponto de vista genético podem ser os curdos, de acordo com os resultados de um estudo recente da Universidade Hebraica.
Os curdos são aliados do inimigo mais feroz da Síria - Israel - cujo  projeto para o "Grande Israel" coincide quase que perfeitamente com os planos dos curdos para o "Curdistão". Pela estratégia de autoria de  Oded Yinon para o "Grande Israel", o autor afirma o uso imperativo dos curdos para ajudar a dividir os países vizinhos,como parte da estratégia  para uma maior dominação da região. É bastante interessante que os curdos apliquem esta estratégia como  um passo para alcançar seu objetivo final de criar um Curdistão autônomo. 
Todos os principais grupos políticos curdos da região tem laços de longa data com Israel. Isto esta relacionado a maior  violência étnica contra os árabes, turcomanos e assirios. Do PKK na Turquia ao PYD e YPG na Síria, PJAK no Irã  até o mais notório de todos eles, o regime das mafias Barzani-Talabani (KRG / Peshmerga) no norte do Iraque. Assim, não deve ser uma surpresa que Erbil (capital do kurdistão autonomo do Iraque) tenha repassado ao Daesh (ISIS) armamentos para o confronto com o governo iraquiano, em Bagdá. E quando fica esclarecido que Erbil é apenas um front de Tel Aviv no Iraque, o esquema fica óbvio .
Além disso, a escritora denuncia  que alguns curdos realmente se juntaram às fileiras do ISIS.

https://richardedmondson.net/2017/07/17/the-kurds-washingtons-weapon-of-mass-destabilization/

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